E foi assim, comecei com sonhos aos 4 anos – ser Mãe e Dentista e fui crescendo.
Primeiro fui Dentista e depois chegou a vez de ser Mãe…
Sempre adorei trabalhar com crianças e com prevenção, abordagens que permitissem melhorar a saúde e o crescimento de cada uma…
Estudei, investiguei, tratar a criança e não apenas os dentes.
Quando não estamos bem o nosso corpo adapta-se por compensação. Será possível prevenir? Claro, quanto mais cedo for a abordagem mais nobre será a prevenção.
Quem por aí sabe o que Lamarck disse na sua teoria evolucionista?
“A função cria o órgão e a herança fixa a mudança nos descendentes.”
E foi assim, se uma filha respirava lindamente como a Mãe a outra respirava pessimamente como o Pai. Nem percebi se tinha graça ou não…
Se uma estava bem a outra teria de ser tratada: diagnóstico de otorrino – Hipertrofia de Adenóides.
Começámos atentas a avaliar cada factor:
E lá estava ela, muco invisível directo ao estômago quando não era aos pulmões, se não descia lá vinha a bronquiolite, e comecei irritante e insistentemente a apoquentar a Fisioterapeuta – a cada respiração diferente – ‘zás’ antes uma sessão de cinesioterapia que fármacos. Aprendemos a evitar aos poucos e a minha técnica de audição e observação foi melhorando. Um dia teve uma otite – ups – e virei o meu estudo dos pulmões ‘prós’ ouvidos. Sou dentista e o otorrino e a pediatra aturavam-me encantadoramente…
O que estaria eu a fazer de errado? Nada – todos me diziam.
Um dia num congresso conheci o Método Buteyko e fez-se luz.
É que era mesmo isso – a minha filha e todos os meninos que acompanho com estas características têm o nariz funcional mas não o utilizam – são respiradores orais e ninguém nota?
É verdade, por isso estão a crescer com alterações nos maxilares, dentes, na coluna, na concentração, têm olheiras – tantas são as crianças como as alterações – como tal hoje já é considerado como uma síndrome – a Síndrome do Respirador Oral.
Em 2015, foi lançado em inglês o manual de ajuda aos Pais – ADENOIDES SEM CIRURGIA – e em 2016 foi editado em Portugal.
Com este Manual tenho o apoio que necessitava para tratar os Respiradores Orais, sejam crianças ou adultos.
A abordagem holística não tem contra-indicações e reflecte anos de estudo do médico e investigador russo Dr. Konstatin Buteyko que na década de 50 descobriu que quem respirasse apenas pelo nariz, suave e lentamente não teria doenças.
Trabalhou com grávidas, asmáticos, e tantas outras condições clínicas – com os resultados cada vez mais concretos, por isso este método integra hoje o sistema de saúde russo.
Com uma abordagem holística e não invasiva temos cada vez mais recuperado a respiração nasal de crianças que muitas vezes já operadas aos adenóides mantêm o padrão de respiração oral. Ao manterem este padrão respiratório recidivam as adenóides (crescem outra vez), muitas ressonam durante a noite, acordam cansadas, fazem ‘xixi’ na cama, não conseguem comer bem ou mastigar, estão recorrentemente doentes e tantos parecem ter os dentes maiores do que a boca.
Voltando aos cá de casa, pois quem tem telhados de vidro não deve falar, ficámos curados, foi preciso dedicação e cuidado. Apontar os erros é fácil. Humilhar não levará ninguém a crescer.
Cá em casa fizemos assim: miúdos e graúdos em constantes joguinhos curtos mas eficazes e ‘já tá’ nem o Pai ressona. Era em casa, no carro, a caminho da escola, onde fosse – ‘Boca fechada’ passou a ser o nosso lema.
Respirar apenas pelo nariz exige técnica e treino – pois a boca abre apenas para falar (a inspiração foi nasal) ou para pôr comida… quanto mais cedo começa o treino mais facilmente se implementa tem de ser com dedicação como todas as crianças gostam de ser educadas com amor.
As Adenóides assim como as Amígdalas são órgãos de protecção e defesa e às tantas de tantos ataques que sofrem deixam de ser desejados e passam a ser vistos como os vilões. Na realidade o que muda é o padrão respiratório e se não nos protegemos passamos a ter doenças crónicas.
Porque será que se dá mais importância à alimentação do que à respiração?
Passamos mais tempo sem comer do que sem respirar, verdade?
Até breve,
Rita
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