O DIU de cobre é a escolha de muitas mulheres que procuram uma solução contracetiva não hormonal. Oferece uma eficácia acima dos 98% – sendo que há dados que apontam para uma percentagem de apenas 0,6% de falha.
DIU significa Dispositivo Intra-Uterino e é basicamente isso: um pequeno dispositivo de plástico envolvido em cobre e em forma de T, colocado na cavidade uterina pelo médico ginecologista (habitualmente durante ou no fim de uma menstruação, para garantir que a mulher não está grávida, apesar de também poder ser colocado em qualquer altura do ciclo menstrual).
Os fios do DIU ficam acessíveis através do colo do útero e localizados ao fundo da vagina, para que possa ser removido quando for altura ou a mulher assim o decidir. (Podes ver uma animação sobre a colocação do DIU de cobre aqui.) Uma vez colocado na parede do útero impede a nidação do óvulo fecundado – o que só por si, convém esclarecer, não faz dele um método abortivo pois para haver aborto tem de haver gravidez e, para haver gravidez, tem de haver implantação uterina (processo que o DIU antecipa e impede). Existem várias marcas em Portugal, sendo que uma delas é um DIU de cobre e prata.
Se estas 4 frases correspondem à tua realidade, a colocação do DIU de cobre pode ser uma boa opção para ti:
O DIU de cobre apresenta como principais vantagens:
Quem pode usar?
Quem NÃO pode/deve usar?
Como funciona?
Quais os riscos?
O que (mais) precisas saber:
Antes de mais, convém recordar que nenhum contracetivo (hormonal ou não) é isento de riscos e que este, em concreto, não te protege de IST’s pelo que a utilização do preservativo não está dispensada em todos os casos.
O cobre é um mineral essencial à nossa saúde e acumula-se de forma muito lenta no nosso corpo. Porém, há possibilidade de elevação dos níveis de cobre no organismo ao fim de apenas um ano de utilização do DIU – cada mulher responde de forma distinta, tem um metabolismo próprio, uma alimentação específica, e todas estas coisas fazem com que algumas possam apresentar sintomas de excesso de cobre ao fim de 6 meses, outras nunca, outras apenas ao fim de muitos anos.
A utilização do DIU tende a elevar o número de prostaglandinas e de leucócitos (devido ao processo inflamatório que desencadeia) e os iões de cobre podem inibir processos enzimáticos, levando a um encurtamento da fase lútea ( = menos progesterona) e a um consequente domínio de estrogénio, o que, por si só, já é um estado de propensão para acumulação de cobre (uma vez que o cobre e o estrogénio andam a par), resultando num ciclo vicioso do qual o corpo poderá ter dificuldade em sair.
Há ainda casos em que o DIU apresenta um processo de oxidação e que resulta em algo com um aspeto deste género: Situações destas podem resultar em danos ao nível do endométrio e/ou do útero pelo que deves estar atenta a sintomas que possam surgir. Para além dos riscos de perfuração/expulsão, descargas vaginais, padrões menstruais alterados, ganho de peso, dores menstruais, etc., se tens um DIU de cobre colocado presta atenção a estes eventuais sinais de toxicidade, sobre os quais eventualmente ouvirás pouco em consulta:
Lembra-te que a experiência de cada mulher com o seu contracetivo de eleição é distinta. O que resulta bem com umas, pode não resultar com outras. Um DIU de cobre, apesar de não-hormonal, é um dispositivo externo colocado dentro de ti. Fica atenta a sintomas ou sinais que possam indicar-te que necessitas falar com o teu médico. Por fim, recorda-te que o corpo é teu, a decisão é tua. Seja para colocar um DIU, seja para o retirar, quando quiseres a teu pedido.
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Se achas que o DIU de cobre não é para ti e/ou queres saber mais sobre alternativas não-hormonais, experimenta ler sobre o Método Natural de Fertilidade aqui.
FONTES: Long-term safety, efficacy, and patient acceptability of the intrauterine Copper T-380A contraceptive device: Blood copper levels in Mexican users of the T380A IUD. Formation of copper oxychloride and reactive oxygen species as causes of uterine injury during copper oxidation of Cu-IUD. Consenso Sobre Contraceção – Soc. Port. Ginecologia e Soc. Port. Med. Reprodução
Patrícia Lemos é Educadora para a Saúde Menstrual e para a Fertilidade.
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