SMAM 2020 – Alergias e intolerância ao leite

Apoiar o aleitamento materno, por um planeta mais saudável.

As mudanças climáticas e a degradação ambiental é talvez um dos desafios mais urgentes do nosso planeta. Todos podemos fazer alguma coisa para reduzir a nossa pegada de carbono e pegada ecológica. A principal talvez seja a forma como alimentamos as nossas crias. A amamentação não cria desperdício, não afeta o ambiente devido aos seus métodos de produção, embalagem, distribuição ou preparação. Ela gera saúde, reduzindo o risco de doenças. Vem acondicionada na melhor embalagem, de forma gratuita.

De 1 a 7 de Agosto celebra-se a semana mundial de amamentação. Este ano torna-se imperativo, proteger, promover e apoiar aquela que é a primeira forma de alimento de um ser humano. A única que promove a saúde do planeta e dos seus habitantes.

Uma fotografia por dia.

“O foco e a determinação nesta 3ª gravidez foi amamentar, passados 4 meses posso dizer que o conseguimos com sucesso! Sem idas às urgências, sem mastites, sem medicamentos, sem recurso a bombas extractoras e suplementos para a bebé. Os outros meus 2 filhos tiveram cenários de intolerância à lactose e glúten, foi muito difícil encontrar profissionais alinhados com esta patologia…”.

Nádia Vieira
Empreendedora, 35 anos
com Mia de 4 meses

 

Os bebés, tal como as crianças ou os adultos, podem ter alergias e intolerâncias à comida. Entre os culpados mais comuns estão a proteína do leite de vaca e a proteína da soja. Existem vários nomes para isto, incluindo alergia ou intolerância à proteína do leite de vaca, sensibilidade alimentar e condições relacionadas, como proctocolite alérgica ou síndrome de enterocolite induzida por proteínas alimentares.

Ter uma reação à proteína do leite de vaca na dieta ou através da dieta da mãe via leite materno não é o mesmo que intolerância à lactose, embora ambos possam estar presentes ao mesmo tempo. A lactose existe no leite materno, independentemente da dieta materna.

A lactose é o principal açúcar encontrado no leite materno. É produzido na mama, não provém da dieta materna. A lactose é muito importante para a saúde e desenvolvimento normal dos bebés humanos. Ela fornece cerca de 40% das necessidades energéticas de um bebé, ajuda na absorção de cálcio e ferro, promove bactérias amigáveis Lactobacillus bifidus, mantém as bactérias patogénicas no intestino afastadas e é importante para o desenvolvimento do cérebro humano e do sistema nervoso central.

A intolerância à lactose é a incapacidade de digerir a lactose. A verdadeira intolerância à lactose é muito rara nos bebés, porque o leite materno, o alimento biologicamente normal, é muito rico em lactose e os bebés quase sempre estão dotados para digeri-lo.

Uma intolerância alimentar é a incapacidade de digerir um determinado alimento ou substância no alimento. Os sintomas podem incluir dor de barriga, inchaço, diarreia ou dor de cabeça. Os sintomas podem ser semelhantes à alergia alimentar, mas não ameaçam a vida.

Uma alergia alimentar é mais grave que uma intolerância, mas menos comum. O corpo produz uma reação do sistema imunológico a um alimento, podendo ser fatal.

A maioria das mães que amamenta pode comer o que quiserem. Uma vez identificado o problema, a primeira linha de tratamento para uma alergia alimentar é a mãe tentar encontrar o alimento ou alimentos que causam a reação no bebé por meio de uma dieta de eliminação.

Outros alergénicos comuns incluem ovo, soja, peixe/marisco, amendoim ou nozes, trigo ou outros grãos e certas frutas. Os sintomas do bebé podem começar a melhorar dentro de três a quatro dias, no entanto, pode levar de duas a quatro semanas para que haja uma recuperação completa. É provável que isto esteja associado ao tempo necessário para que as reações inflamatórias existentes se estabeleçam no bebé, em vez do tempo necessário para que os alergénicos deixem o leite materno.

Os sintomas mais comuns de alergia alimentar no bebé amamentado incluem: problemas estomacais ou intestinais, como vómitos ou refluxo, sinais de dor de barriga / cólica ou diarreia, cocó verde, cocó com sangue (proctocolite alérgica), cocó com muito muco, flatulência, problemas de pele como eczema, crosta láctea severa, urticária, inchaço das pálpebras ou lábios, bochechas vermelhas, problemas respiratórios, infecções frequentes no ouvido, tosse persistente, asma, etc. Bebé agitado, desconfortável, choro inexplicável, dificuldade em ganhar peso, apesar de cocó abundante.

Alguns médicos, por receio que uma dieta de exclusão não seja saudável para mãe e bebé, aconselham o desmame do bebé com uma fórmula especialmente modificada. Normalmente recomendam fórmulas sem lactose ou fórmulas “especiais” mais recentes. No entanto, a resposta para a maioria dos casos de intolerância temporária à lactose é obter ajuda com a amamentação em vez de mudar para leite artificial. Um bebé com o intestino irritado precisa dos efeitos anti-inflamatórios do leite materno.

As informações aqui apresentadas não são personalizadas. A avaliação por um profissional de saúde é necessária e recomendada.

Marta Nabais
Conselheira de Aleitamento Materno

 

Fonte: breastfeeding.support

Fotografia: Luís Aniceto

Tradução: Nádia Maurício

Agradecimentos: Supermercado 4BIO e Cláudia Dias.

Alimentação Amamentação Bebé Parentalidade

Sem comentários