Ter tempo para ter tempo

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Se calhar esta campanha passou despercebida a muitos. Dei de caras com um cartaz no metro a caminho da casa dos avós, onde passa a maior parte do dia, o meu filho de 14 meses. Olhei para aquele cartaz e pensei, andamos todos errados… agora têm de explicar às pessoas como organizar o seu tempo para terem tempo para os seus filhos… como eu gostava que esta história fosse diferente. Passo 11h do meu dia sem o ver e os fins de semana transformam-se numa procura do tempo perdido.

A intenção do CITE é boa, mas não passa disso, não traz nada de novo. Onde estão as políticas com efeito prático? Não existem! Sensibilizar os CEO’s das grandes empresas? e então as pequenas e médias empresas? como gerem a ausência dos pais porque o filho está doente ou porque têm uma reunião na escola ou simplesmente porque querem estar mais tempo com os seus filhos? Possibilidade de horários flexíveis? Não poderíamos nós ter o direito de escolher? A maior parte dos pais que conheço já dividem tarefas com a mãe, não me parece que seja esse o problema, muita coisa já mudou nesse sentido. Há que avançar um passo à frente. Vale a pena ter filhos para os ter institucionalizados quase toda a vida? Como é que conciliamos o ter de trabalhar para pagar contas, (nos casos em que 1 ordenado não chega) acatando horários e medidas inflexíveis e incompatíveis com a vontade e desejo de construir uma família e já agora ter tempo para ela?
No meu grupo mais próximo de amigos fomos os primeiros a ter filhos… recentemente nasceu mais um. A taxa de natalidade fala por si. Do que estamos à espera?

O site do CITE pode ser realmente útil a esclarecer dúvidas acerca da protecção da parentalidade: licenças, deveres e direitos dos pais e entidades patronais. Tem até uma linha verde para onde podemos ligar.
Informem-se e exijam o que é vosso por direito, ainda temos muito a fazer.

Parentalidade Vida de Mãe

2 comentários

2 comentários

  1. Vidas da Nossa Vida comentou:

    Outubro 31, 2013 às 4:15 pm

    Há ainda um longo, longo caminho a percorrer. E as empresas não gostam de grávidas, não gostam de mulheres com filhos que gostam de ser mãe e detestam pais armados em modernos que querem partilhar licenças. Tudo o que acabei de dizer sei por experiência própria. Fui dispensada quando fiquei de gravidez de risco do meu filho mais novo, após dois abortos nos meses anteriores, e o meu marido teve alguns stresses no trabalho para gozar a licença, que ainda não conseguiu gozar completamente apesar do nosso piolho já ter seis meses e já estar na creche. É o país que temos…

  2. Marta Nabais comentou:

    Novembro 11, 2013 às 2:53 pm

    Pois… Infelizmente a sua história não é única… resta-nos tentar mudar esta realidade usando as "armas" que temos disponíveis. Força!