Semana Mundial da Amamentação – SMAM 2019

Corria o ano de 2012 quando saiu uma polémica capa da revista Time com o título: Are You Mom Enough? Só anos mais tarde é que esbarrei com ela, guardando-a religiosamente no desktop do meu computador. Depois de ler a história que estava por detrás da capa fiquei ainda com mais urticária quanto ao tom crítico com que facilmente se parte para o julgamento.

Jamie Lynne Grumet tinha 26 anos e aparecia a amamentar o seu filho de 3 anos (idade em que a maioria dos Americanos já deixou de amamentar). A revista contava ainda com a participação de mais 3 mães a amamentar 1 ou mais filhos. Todas elas seguiam a ideologia do Attachment Parenting, onde conceitos como o co-sleeping, amamentação prolongada e babywearing eram defendidos pelo seu mentor, Dr. Bill Sears, autor do livro The Baby Book.

Jamie foi criticada e perseguida. A sua visão de maternidade era fora do normal, a sua vida transformou-se num autêntico freakshow.

De 1 a 7 de Agosto celebra-se a Semana Mundial da Amamentação e como já vem sendo hábito gostamos de a assinalar da melhor maneira 🙂

O mote para este ano é “Empoderar Mães e Pais, Favorecer a Amamentação”.

Pensei muito antes de avançar com esta produção, não só pela exposição que viria a ter, mas porque sei que é um assunto “delicado”. A amamentação prolongada atingiu-nos sem fazer planos. Essa é aliás, uma grande máxima na minha de vida, raramente faço grandes planos. Acontece que até eu a certa altura duvidei… duvidei se estaria correto ela ainda mamar e dava por mim a justificar aquilo que eu sabia que não era preciso fazer… e o tempo foi passando e o meu par nesta dança (ela), convicto da sua coreografia, foi-me mostrando que sim, ainda fazia sentido. E cá estamos nós, não a provar ou justificar nada, mas a marcar uma posição: a amamentação prolongada é benéfica sempre que ambos os pares da dança, aceitem dançar (reparem que eu não disse, até quando ela quiser… a tiranazinha).

FACTOS

A organização mundial de saúde defende a amamentação em exclusivo até aos 6 meses de idade e a continuação da mesma até aos 2 anos ou mais (WHO 1993, WHO 2002).

Sabe-se hoje que a idade natural para o desmame humano estará entre os dois e os sete anos.

A amamentação prolongada continua a ser uma fonte valiosa de nutrição e proteção contra doenças infantis:

No segundo ano de vida (12-24 meses), 448 ml de leite materno fornecem:
29% dos requisitos de energia
43% das necessidades de proteína
36% das necessidades de cálcio
75% dos requisitos de vitamina A
76% dos requisitos de folato
94% dos requisitos de vitamina B12
60% dos requisitos de vitamina C

Dewey 2001

A amamentação prolongada é assim NORMAL e contribui para o desenvolvimento mental e social dos nossos filhos.

Encontrar as necessidades de dependência de uma criança é a chave para ajudar essa criança a alcançar a independência. E as crianças superam essas necessidades de acordo com seu próprio calendário. As crianças que alcançam a independência no seu próprio ritmo são mais seguras nessa independência do que as crianças forçadas à independência prematuramente.

Elizabeth N. Baldwin, Esq. in “Extended Breastfeeding and the Law

As mães também beneficiam da amamentação prolongada:

  • A amamentação reduz o risco de cancro da mama (estudos têm encontrado uma associação inversa significativa entre a duração da lactação e o risco de cancro da mama), cancro do ovário, útero e endométrio, osteoporose, artrite reumatóide e doenças cardiovasculares.
  • A amamentação prolongada retarda o retorno da fertilidade em algumas mulheres suprimindo a ovulação.

Esta aventura só foi possível com a ajuda de 4 mulheres:

Fotografia: Carol Lau

Maquilhagem: Carolina Ferreira

Guarda roupa: B de batata

e claro a minha rica filha 🙂 Amo-te muito!

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